O QUARTO VERMELHO, de H. G. WELLS
Originalmente publicado em "Tales of wonder", de 1953, este conto foi republicado em edição brasileira no livro "As melhores histórias fantásticas de H. G. Wells", (Rio de Janeiro, Cátedra/Tempo e Espaço, 1976). É um primor de narrativa curta e, como boa obra de arte, permite muitas camadas de leitura. Pode simplemente seu uma história de fantasmas, que afinal se manifestam apagando velas em um quarto cercado de histórias. Pode ser também uma lição de moral para os incrédulos ou uma reflexão sobre como lendas se transformam em certezas. Mas, sobretudo, pode ser uma reflexão profunda sobre o medo, como diz o autor, que é coisa muito pior do que qualquer fantasma. — GARANTO-LHE que, para me amedrontar, seria preciso um fantasma bem palpável. — Falei e fiquei de pé diante do fogo, com o meu copo na mão. — É o senhor quem o quer, — disse o homem do braço paralítico olhando-me de través. — Há vinte e oito anos que vivo e ainda não vi um fantasma. A velha conservava-se se